Aqui estou, embrulhada
em uma toalha branca, tentando perceber os pingos d’água que escorrem pelas
minhas pernas. Estava ainda há pouco debaixo do chuveiro sentindo desconfigurar
a solidez do meu corpo, quando minhas lágrimas se misturavam com a sujeira, exposta na banheira que me confundia. Agora já não posso escoar. Contudo escoo
pelo ralo como se tudo fosse líquido; Eu, minhas sensações, meus desejos
reprimidos, minha fala curta e meus vazios agudos que eu já não mais consigo
escutar.
No momento em que dobro
a toalha procuro esticar os pés fazendo movimentos repetidos, pelo simples fato
de não saber onde esconder essa toalha encharcada. Estou fraca. Quero me deitar
devagar, mas tenho medo. Adormecer agora pode me trazer pesadelos por toda a
madrugada.
Sento-me aos pés da cama e continuo olhando para a toalha. Agora, já
não posso afundar. Agora, já não posso cair nem escoar. Estou tentando evitar a
luz que me cega demasiada e sem tolerância. Minhas linhas retilíneas estão temendo a
próxima imagem.
É isso a vida?
Sentar e sentir-se
paralisada?
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