terça-feira, 7 de dezembro de 2010

(minha) trajetória




Não sei tocar essa pele sem fazer desenhos,
faço linhas,
sigo as retas.
E o percurso sem tempo

Os pelos excitados delineiam minhas virtudes
Inclinam esse corpo ao seu e direcionam suavemente cada movimento meu


Me entrelaço no seu corpo
e me perco
deslizo sobre suas curvas e setas,
sem direção exata.

Tenho silêncios e vozes
Euforia dentro de mim

Desejos,
seus membros dançam como melodia de chuva,
Relâmpagos e trovões

Não sei fazer parar, 
e quando você me olha, desnuda
e descobre cada canto de mim

É uma pintura que rompe a tela
e vem para meus dedos,
me faço pincel
e contorno suas formas

E quando amanhece,
você ainda me colore,
ainda que ausente.


(para um amor, que vai durar no desenho, ainda que não exista mais quadro)

(Foto; Marcilene Silva, da série de fotos; setas para o meu desejo, 2010)

Um comentário:

Stones disse...

caminhos do corpo, caminhos da vida. Nos perdemos, nos encontramos e vivemos...